Mergulho em Salvador

Em contra-partida a minha decepção com os serviços prestados na Costa do Sauipe, tenho que exaltar minha surpresa maravilhosa que foram os dois mergulhos que fiz em Salvador. Sobre Salvador mesmo, a cidade, não vou poder falar muita coisa pois, foi minha primeira vez na cidade e a estadia foi super breve, só o que eu conheci foi o que estava no meu trajeto da Costa do Sauipe até o porto ao lado do Mercado Modelo, e o que eu pude ver pelo mar navegando do porto até o naufrágio do Cavo Artemidi. O que pude observar foi a grande disparidade social, algumas construções belíssimas em ruínas, o Farol da Barra, a praia da Barra (que eu achava que fosse bem maior! Levei um susto quando o marinheiro me contou que aquela pequena praia era a Barra. Eu tinha uma idéia completamente dieferente.), o elevador Lacerda com um Mirante lindo, e o fundo do mar surpreendente!!! Do Mercado Modelo até o Cavo Artemidi navegamos por uma hora. Uma hora sem criar grandes expectativas, esperando uma água meio turva, concentrando no horizante para não passar mal na embarcação com o balanço algumas vezes brusco do mar. Eu até que me saí bem com toda a minha concentração mas o coitado do meu noivo se rendeu ao balanço do mar e acabou abraçado em um balde oferecido por um dos marinheiros até a hora do nosso mergulho. Chegando ao ponto pulamos e já começamos a desinflar nossos coletes rapidamente para não corrermos o risco de sermos jogados contra a embarcação, já que as pequenas ondas nos jogavam de um lado pro outro. Logo no início da descida meu coração acelerou com aquela imensidão azul e uma estonteante visibilidade de 25 metros! Um belo dia para um mergulho naquela localidade, já que os instrutores me disseram que geralmente a visibilidade do Artemidi é 15 metros. Da superfície já era possível ver os 160 metros do maior naufrágio brasileiro. E para sermos ainda melhor recepcionados, duas barracudas grandes vieram ao nosso encontro nos dar as boas vindas no início de uma descida de 28 metros. A visão do cargueiro grego, que naufragou em 1980, me deu um grande frio na barriga, é uma beleza indescritível, ainda mais sendo esse, o meu primeiro mergulho de naufrágio. A vida marinha lá é abundante, vários peixes ornamentais, corais e esponjas em abundância. É um mergulho que não dá pra perder. Os 40 minutos em que passei nadando pelo Cavo Artemidi pareceram durar apenas 5 minutos. É um lugar que quero voltar e indico sem a menor sombra de dúvidas. Depois do Cavo Artemidi partimos para o nosso segundo mergulho, um mergulho em correnteza próximo ao Farol da Barra. No segundo mergulho as condições da água não estavam nem próximas às do Artemidi, a visibilidade devia estar em torno de 8 metros, a água era bem mais turva, e não se via tanta abundância de vida marinha. Me disseram que a pesca desregrada diminuiu muito a vida aquática do local,uma pena! Uma pena também foi a quantidade de latas, copos plásticos, garrafas e até pneus que encontramos no fundo. Mas o mergulho foi muito interessante mesmo com os poréns acima, foi também o meu primeiro mergulho em correnteza, o que me fez admirar a força da natureza e os cuidados que temos que ter. Sendo levada literalmente pela correnteza no fundo do oceano passeei por fundos arenosos, fundos repletos de corais, avistei estrelas-do-mar, uma lagosta e alguns peixinhos, principalmente quando passamos rapidamente pelo naufrágio Cap/Frio. Após 40minutos voltei para a embarcação feliz da vida com meus mergulhos em Salvador. Queria deixar aqui registrado também o meu agradecimento ao Jorge da Escola de Mergulho Águas Abertas por toda a atenção que nos deu e ao resto da tripulação também. Espero que tenham gostado do post e quem tiver vontade de mergulhar, não deixe de fazê-lo! É uma das melhores atividades da minha vida. Grande abraço